quinta-feira, novembro 11, 2004

Are Friends Electric?

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Quando Gary Numan escreveu "Are `Friends´ Electric?" a última coisa que devia estar a pensar era na sua conta de electricidade.

Pensando sobre o assunto. Serão mesmo os amigos eléctricos?

Há quem tenha amigos a carvão. Pessoas que exigem uma manutenção contínua e que nos dão mesmo muito trabalho e, ainda por cima, obrigam-nos a andar sujos e cheios de nódoas para manter a sua "hi-maintenance". Acabando-se o carvão, temos que sair de casa, faça chuva ou sol, para arranjar mais ou lá se vai a amizade.

Há quem tenha alguns amigos a vento. São aquelas pessoas que nos telefonam ao fim de vinte anos, sem nenhuns encontros ou conversas, porque viram-nos na televisão a levantar o prémio da lotaria ou porque "como tu és advogado, pensámos que nos conseguisses dar umas dicas".

Os amigos a energia nuclear são muito bons amigos até ao dia em que há uma zanga. Logo que uma acontece, eles tornam-se extremamente activos na má-lingua sobre tudo que sabem das nossas vidas num perímetro vastíssimo, dos nossos amigos comuns às pessoas que nunca vimos. Só sabemos disso no dia em que ouvimos alguém desconhecido, no Metro, comentar sobre a nossa vida:"Ele bate na mulher, na empregada, na porteira, e comeu uma perna ao filho. Acho que até o pit-bulll anda num psiquiatra. Imagine só."

Os amigos a energia de hidroeléctricas são extremamente caros. Esperam que os levemos a jantar em restaurantes ultra-dispendiosos, não andam de táxi, o telemóvel deles é um alfinete em platina e, em anos de seca, tornam-se mais dispendiosos e exigentes. Também esperam que lhes abram as comportas e que falem tudo o quiserem sem nos darem hipóteses de passarmos de um monólogo a um diálogo. Caros e chatos.

Os amigos que não consomem qualquer energia...