quarta-feira, janeiro 05, 2011

Mick Karn (1958-2011)

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Apesar da sua extensa obra a solo e inúmeras colaborações, Mick Karn, nome artístico do cidadão do mundo Andonis Michaelides, é ainda hoje recordado como o Mick Karn dos Japan, banda com uma imagem e sonoridade invulgar, mesmo entre a vaga de neo-românticos nos distantes anos oitenta, e, provavelmente, o projecto mais comercial e inserido numa máquina de promoção global que também serviu como rampa de lançamento de outro membro de ouro da música moderna contemporânea, David Sylvian, mas que nunca serviu os seus interesses de verdadeiros músicos e artistas com os olhos na arte e não nas tabelas de vendas.

Nos Japan, Mick Karn fez-se logo notar como um exímio baixista, tendo mesmo sido considerado um dos melhores, no mundo, com esse instrumento. Mas Karn era um homem de muitos talentos e o baixo era, para si, pouco, e, para além de vocalista, tocava flauta(s), saxofone, teclas, guitarra, e diversos instrumentos de percurssão. Karn foi também produtor e trabalhou, apesar de muito menos, como engenheiro de som. Ele colaborou com diversos músicos, nomeadamente com Gary Numan, no álbum "Dance", em 1981, em que tocou baixo e saxofone, com Bill Nelson, em "Chimera", em 1983, também como baixista, em 1988, com Mark Isham, com Midge Ure, em 1988, em "Answers To Nothing", com Kate Bush, em 1989, em Sensual World, com Joan Armatrading, em 1992, em "Square the Circle", com os No-Man, num EP e em "Sweetheart Raw" (1993), com Nusrat Fateh Ali Khan em "Night Song" (1996). Foi também compositor para "Damage" (1994), de David Sylvian e Robert Fripp, para além ter colaborado em discos de ex-membros dos Japan, como Steven Jansen, Richard Barbieri e David Sylvian. Ele foi também participante num tímido regresso dos Japan, com o nome de Rain Tree Crow, em 1991. Karn também se destacou, em 1984, pelo projecto com Peter Murphy, os Dali´s Car, que apenas resultou num álbum, "Waking Hour", devido à incompatibilidade entre os dois mestres apesar de, em 2010, Peter Murphy ter anunciado, online, que iria voltar a estar com Karn para comporem um segundo disco.

A solo, Karn editou quinze discos, sendo o último, "The Concrete Twin", de 2010.

Mick Karn foi também um escultor, mas com uma maior intensidade de trabalho nessa arte nos anos oitenta.

Mick Karn, que tinha solicitado, no seu site, aos seus fãs, ajuda económica para o seu tratamento, faleceu na madrugada do dia 4, aos 52 anos, vítima de um cancro.












Referência: Mick Karn (sítio oficial)