quarta-feira, maio 24, 2006

Pelo Convívio

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Ao ver a entrevista de Roberto Medina, o pai do Rock in Rio, fiquei a saber uma série de detalhes sobre o festival que desconhecia.

Ficou claro, pelas próprias palavras de Roberto Medina, no programa de Ana Sousa Dias, na RTP 2, que a música no Rock in Rio é apenas os pastéis de bacalhau e não o prato principal. Ele declarou que, no último Rock in Rio, 51% das pessoas que se deslocaram ao evento não o fizeram para ouvir e ver os artistas mas para conviver/estar. Esperam ainda que, este ano, a percentagem de pessoas que vai ao Rock in Rio só para estar/passear será ainda maior.

De facto, se pensarmos no que assistimos "in loco" e vemos na cobertura dos outros festivais, o panorama não é muito diferente. Seria interessante saber quantos vão ao Sudoeste, a Paredes de Coura, Vilar de Mouros, e a outros festivias, apenas pela música.

De qualquer forma, há a dizer que o Rock in Rio é um festival virado apenas para a promoção de marcas complementada com a passagem de grandes estrelas de yesteryear e dos top 40´s. Reparemos que não há uma única presença das maiores e mais promissoras bandas da actualidade como, por exemplo, os Arcade Fire, Clap Your Hands Say Yeah, Strokes, Franz Ferdinand, etc. O Rock in Rio ganharia muito mais prestígio com uma programação mais "atrevida", mesmo que mantivesse as grandes estrelas do American Top 40 e dinossauros do rock na programação. No entanto, teriamos, provavelmente, o rídiculo de um bafiento Sting como cabeça de cartaz, em vez de uns Strokes. Nem a Roberta nos ajuda num cartaz futuro mais "atrevido" já que, na entrevista que deu ao Público, disse que se neste festival pudesse ter as bandas ao seu gosto, teria contratado os Green Day, Jack Johnson e mais um ou duas bandas que não me recordo mas nada de muito excitante. A Roberta acertaria em cheio com um, para mim, insuportável, Jack Johnson. Teria noite esgotada.

Mas nem tudo é mau. A representar os sons portugueses teremos uns jovens de Lisboa, os Xutos & Pontapés, e uns rapazes do Porto, que dão pelo nome de GNR.

Que Roger Waters salve a coisa.