Como qualquer indústria, também a da música sempre criou e moldou os seus produtos. Raramente surgem jóias com poucas necessidades de polimento.Amy Winehouse era uma desas raras jóias, com uma voz extraordinária e invulgar, e, ainda para mais, criadora dos seus temas. No entanto, não era moldável, e o seu rápido sucesso, aos vinte anos, com o seu álbum de estreia, "Frank", em 2003, tornou-a ainda mais certa que o mundo seria seu e faria como desejasse. Ao conselho, em 2005, dado pela sua agência de gestão de carreira, que deveria considerar entrar num programa de reabilitação devido à sua dependência do álcool e das drogas, Winehouse respondeu com o despedimento dessa empresa e também com a mudança de editora. Esse episódio viria a dar à origem da criação, mais tarde, de um dos seus temas com mais sucesso, "Rehab", integrado no seu álbum de 2006, "Back in Black". No início de 2007, "Back in Black" é editado nos EUA e bate todas as expectativas, fazendo de Winehouse a britânica com a mais rápida ascensão no top americano e conseguindo estar meses nos tops com esse disco. Apesar dos seus problemas virem de trás, desde "Back in Black" que Amy Winehouse passou a ter uma série de "acidentes" nas suas prestações ao vivo, fazendo público os seus problemas que, até então, eram assunto das publicações sensacionalistas e da sua vida privada, prejudicando seriamente a sua imagem e desgastando muitos dos seus fãs. Depois de uma paragem, este ano esperava-se que Amy Winehouse voltasse aos palcos para recuperar a sua imagem e seguir com a sua carreira. Infelizmente, Winehouse não tinha o seu problema resolvido e a digressão, que tinha iniciado, e que passaria por Portugal, foi cancelada.
Amy Winehouse, que acabou por se deixar moldar pelos seus vícios, faleceu, hoje, aos 27 anos, deixando para trás uma carreira promissora.
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