segunda-feira, janeiro 10, 2005

Direita à Direita

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No concerto dos R.E.M. aconteceu algo curioso.

Sentou-se, à minha direita, um casal. Ele, impecavelmente vestido e engomado, de fato e gravata e lencinho branco a espreitar pelo bolso do casaco. Ela, de cigarro na mão, simpática e com o "look" que se designa vulgarmente por "tia".

Enqunato esperavam pelo concerto, ele falou ao telefone com alguém e disse que ia a St. Maria da Feira à manifestação do PP. Não fui eu que ouvi, foi ele que falou alto. POdemos assim dizer que este "gentleman" era um homem de direita.

Rapidamente percebi que eles, ambos, eram entusiastas e grandes fãs dos R.E.M., pelos singles, pelo menos. Não se dava o caso dela estar ali a fazer um grande frete a fazer companhia ao marido (?) ou vice-versa. Deliraram com o "Drive", cantaram com o "Everybody Hurts", e gritaram com o "One I Love".

Comecei a pensar se a agenda política deste militante, presumo eu, do PP não era apenas de oportunidade. Quando Michael Stipe proferiu algumas palavras sobre a vitória de Bush, e revelou a sua determinação para continuar a lutar politicamente contra a actual administração, o senhor hesitou mas acabou por aplaudir, acompanhando o resto do pavilhão.

Será possível apoiar Paulo Portas e estar contra Bush? Ou "isso não interessa nada"?


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"Turn off your cell phone, man!"
-Michael Stipe
(Concerto em St. Louis, 1999)