Eu sei que é bonito ficar-se na cervejaria da esquina para se ver e ser-se visto. Sei que é intelectualmente superior desprezar as bandas que fazem primeiras partes porque, se são estrangeiras e não apareceram nas capas de revistas da moda, não merecerão, certamente, a nossa atenção e, se são nacionais, estão a fazer primeira parte porque alguém tinha que a fazer e estão lá por engano, e assim sempre arranjamos algum tempo para mais dois copos de cerveja e três croquetes de veneno. Eu, infelizmente, como não gosto de cerveja e veneno guardo-o para consumo particular, tenho esse mau hábito de ver primeiras partes. Ontem, lá tropecei com mais uns que, infelizmente, não sabia ainda que existiam. Eles montam tenda em Coimbra e dão pelo nome de Sean Riley & The Slow Riders e, entre o público que marcava lugar e aguardava por Aimee Mann, foram muitas as bocas que se abriram para perguntarem "como é que estes se chamam?".
Sean Riley, Afonso Rodrigues no B.I., faz-se acompanhar pelos Slow Riders que são Bruno Simões e Filipe Costa (o membro da banda que. para além de fazer percurssão e tocar teclas, acho que ainda conseguiria tocar flauta e adufe - impressionante).
Se gostam de coisas como, por exemplo, Grant Lee Buffalo, Bob Dylan, Cowboy Junkies, Lone Justice, ou Maria Mckee, garanto-vos que irão gostar muito de Sean Riley & the Slow Riders. Eles fazem melhor música que 90% dos discos que vocês vão comprar, de bandas britânicas e norte-americanas, na vossa vida, e são um, dos muito poucos projectos portugueses, a vigiar.
Boa sorte para Sean e para os Slow Riders porque talento já o têm.
Vídeo de "Marble Arch"